Jogos para sala de aula estão cada vez mais presentes no ambiente de aprendizagem. Seja para trabalhar competências imprescindíveis para o desenvolvimento humano de maneira divertida e tecnológica, ou até mesmo para reinventar a dinâmica de atividades vistas como chatas.
Porém, nesse mar de aplicativos e jogos para sala de aula, como podemos separar o joio do trigo? Como ter certeza de que estamos fazendo a escolha certa para otimizar o processo de aprendizagem enquanto promovemos um ambiente divertido e engajador aos alunos?
Como prometido, para responder essa pergunta e para facilitar a escolha e ajudar educadores pelo país a inovar na sala de aula, separamos uma lista de apps e plataformas que não apenas são engajantes e inovadores, mas também se comprometem com a qualidade do ensino.
1 Blockly Games
O mundo se torna mais e mais digitalizado e simplesmente não há mais volta. A expansão desse mundo digital, consequentemente, pede mais e mais programadores. Entretanto, ensinar programação na sala de aula não se trata de preparar profissionais com conhecimento técnico para o mercado de trabalho. Muito mais importante, se trata de ensinar conceitos básicos de lógica e resolução de problemas.
Segundo a BNCC, em conjunto com as referências de currículo do CIEB, habilidades como divisão de problemas em partes menores, reconhecimento de padrões, filtragem e classificação de dados, e a estruturação de caminhos para sua resolução, podem e devem ser desenvolvidas durante toda a vida escolar através da tecnologia.
O que é?
Utilizando a metodologia de programação em blocos, Blockly Games é uma plataforma que permite trabalhar essas competências e ainda serve como poderosa aliada no ensino bilíngue.
A proposta é utilizar programação básica para completar desafios, como fazer um pássaro chegar ao seu ninho desviando de obstáculos, animar um personagem ou até mesmo, compor uma música.
Nada melhor do que exercitar habilidades fundamentais para o futuro, em contato com a língua Inglesa. Não deixe de conferir!
2 Plickers
Seguindo o viés do Kahoot! e outros jogos para sala de aula, o Plickers vem para revolucionar os exercícios de perguntas e alternativas com uma dinâmica extremamente interativa. Ao invés do velho papel e caneta, o professor pode customizar diversos questionários a serem exibidos em uma tela para a turma.
A grande vantagem está no equipamento necessário: Uma tela para exibir o questionário e um celular para fazer a leitura das respostas.
Como funciona?
Cada aluno recebe um desses cartões com um QR Code impresso, que é utilizado para responder as perguntas que aparecem na tela. Quando os participantes levantam o cartão, o professor escaneia o ambiente com o celular e o aplicativo faz todo o trabalho de computar as respostas, que são exibidas em tempo real na tela.
Ao transformar um exercício tradicional em um Quizz ultra tecnológico, a atmosfera muda e a diversão é garantida!
Qual o planeta mais pesado do sistema solar? Quem descobriu a penicilina? Excelentes perguntas para uma atividade no Plickers!
Quando utilizar jogos para sala de aula?
Quando nos valemos de jogos para sala de aula, é importante termos em mente que apesar de serem interessantes e divertidos, devem ser utilizados com parcimônia. Embora extremamente inovador, o Plickers, assim como o Kahoot, pode acabar se tornando previsível se seu uso for repetitivo.
Use para engajar seus alunos em uma atividade de warm up ou para fazer uma prática controlada mais dinâmica. Cada turma se comporta de um jeito e vai gostar mais ou menos de algum tipo de jogos para sala de aula. Contudo, como regra geral, talvez não seja tão interessante utilizar esse tipo de app mais de duas vezes ao mês.
3 Google Cardboard
Falar de inovação na sala de aula sem ressaltar realidade virtual é negligenciar um dos caminhos mais prováveis que a grande revolução na educação vai seguir. Essa tecnologia precisaria de uma série inteira de artigos para que pudéssemos explorar as infinitas possibilidades de inovar a maneira de se entrar em contato com o conhecimento.
Quando olhamos para o bilinguismo, contextualizar a linguagem é imperativo no processo de aquisição. Imagine ter a possibilidade de criar um ambiente imersivo de contato e prática associado às mais diversas imagens, situações e sensações. Tudo isso de forma controlada.
Já pensou poder simular um passeio por um parque nos Estados Unidos ou um bate papo em uma pizzaria no Reino Unido? Ou então visitar o Egito antigo em toda sua glória e aprender sobre como as pirâmides são matematicamente perfeitas? Pode ser feito.
Acessibilidade
Sabemos que inovação só é de verdade quando é de fácil acesso ao maior número de pessoas possível. Entretanto, a grande maioria das plataformas de realidade virtual são, infelizmente, muito pouco acessíveis e requerem aparelhos celulares de última geração, ou até mesmo computadores de alta performance.
Com isso em mente, o Google trouxe o Cardboard à vida. Plataforma de realidade virtual de baixo custo que existe desde 2015, mas que infelizmente nem todos os educadores conhecem.
A beleza do Google Cardboard está justamente na simplicidade. Com um ambiente virtual que se utiliza de gráficos leves mas ainda assim estonteantes, a plataforma é tranquilamente suportada por celulares de médio desempenho. Tudo o que você precisa é do app instalado e de um óculos de realidade virtual que pode, inclusive, ser o icônico óculos de papelão que serve de símbolo da plataforma.
Simples e encantador
O aplicativo base do cardboard conta com alguns ambientes simples mas encantadores. A “Jornada no Ártico” te transporta para um ambiente central que conta com uma série de atividades interessantes e também educativas. No menu inicial, pode-se escolher voar, jogar, aprender, criar e relaxar.
Cada opção te transporta para um local diferente com atividades específicas. Escolha entre voar com gaivotas, aprender sobre plantas e rochas locais, criar seu próprio jardim ou até mesmo apreciar a magnífica aurora boreal.
A surpresa fica por conta da presença de um “guia”, uma raposa-do-ártico que te acompanha por vários pontos da jornada.
Um universo para explorar
Vale conferir outros apps suportados pelo cardboard, disponíveis na store. A realidade virtual permite usar todo seu conteúdo de forma extremamente criativa.
Um exemplo fantástico é o Titans of Space, que permite uma viagem pelo sistema solar do ponto de vista de um cockpit de uma nave.
No contexto bilíngue, por exemplo, pode ser usado para explorar conceitos de movimento e direções, tamanho, cores e claro, principalmente, todas as informações dos planetas do sistema solar, seus satélites, e o que mais estiver no caminho do aventureiro espacial.
Como introduzir na rotina?
Ferramentas inovadoras e jogos para sala de aula vêm para somar à nossa rotina, e não necessariamente para substituir coisas que são comumente feitas. Ter um repertório de recursos vastos é o segredo para manter suas aulas consistentemente atraentes.
Como diria um grande amigo, seja como o Batman, carregue sempre seu cinto cheio de ferramentas e esteja pronto para qualquer situação que se apresente.
Previsibilidade é um dos fatores opostos ao engajamento e deve ser evitada a qualquer custo, não só quando se trata de jogos para a sala de aula, mas com qualquer formato de atividade. Abrir todas as suas aulas com um vídeo super interessante pode se tornar nada interessante muito antes do que você imagina.
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