Chegou o tão esperado final do ano de 2020. Há uma organização tradicional das escolas e famílias ao se prepararem para o próximo ano letivo. Provas finais, entregas de resultados e matrículas ainda parecem fazer parte dessa rotina. Não só os alunos e as famílias, mas também as escolas começam a se preparar para o ano letivo de 2021. Como tudo nesse ano, o início do próximo ano letivo apresenta muitas incertezas, as instituições de ensino preveem um ano de cuidados em um possível ensino presencial e ainda uma necessidade de ensino remoto para alunos, seja de forma parcial e/ou integral. Todos esses fatores impactam gravemente a escola, que tem dificuldades de fazer o reajuste de suas mensalidades.
Impactos
Segundo dados da UNESCO, estima-se que 1.4 bilhões de estudantes ficaram fora da escola esse ano, em mais de 156 países. Com tanto aluno, por tanto tempo, fora da sala de aula a escola começou a sentir reflexos. Vários segmentos desse mercado foram impactados, e de forma profunda.
A educação infantil, etapa que compreende as creches e pré-escolas, foi a mais impactada pela pandemia. De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Infantil (Asbrei), Frederico Barbosa, a estimativa é que metade dos estudantes dessa etapa tenha pedido o cancelamento de sua matrícula.
Após oito meses de suspensão das aulas presenciais, fica difícil para a escola resistir. Os altos investimentos para oferecer a educação remota, o desconto obrigatório no valor das mensalidades, o aumento da taxa de inadimplência e o elevado número de cancelamentos de matrículas estão entre os principais motivos para que a União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte afirme que, este ano, de 30% a 50% das instituições escolares correm o risco de falir.
Para solucionar o problema das aulas remotas, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou no dia 06 de outubro a validade do ensino remoto até dezembro de 2021. Embora as diretrizes valham para todas as redes do país, elas não são obrigatórias. Na prática o que acontece é que a rede particular corre para uma possível volta às aulas presenciais, enquanto a rede pública já dá sinais de que não voltará às atividades presenciais enquanto não houver uma vacina.
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O que acontece a partir de agora?
É difícil dizer com tantas incertezas, mas uma provável consequência desse cenário seja uma migração de alunos das escolas públicas para as escolas particulares, isso já no primeiro semestre do próximo ano. Os pais, que precisam voltar ao seu trabalho de maneira presencial terão que encontrar uma instituição para seus filhos e provavelmente busquem uma escola no seu bairro com uma mensalidade que caiba no seu bolso.
Algumas escolas particulares menores, com ticket médio mais baixo, já criam suas projeções para o próximo ano contando com um crescimento no número de alunos, embora essa conta ainda seja difícil de fechar. Foi um ano em que as escolas tiveram um alto índice de inadimplência e descontos.
Extracurricular pode ser a saída
Ainda não sabemos o que pode acontecer relacionado ao vírus, mas o que acreditamos é que os pais terão que buscar alguma possibilidade de escola particular mais barata para os seus filhos. Também haverá uma demanda do mercado por programas de contraturno dentro da escola. E isso se deve a dois motivos: as famílias vão preferir a menor exposição de seus filhos, optando em ficar em apenas um ambiente, a escola; e buscarão programas mais baratos do que os oferecidos no mercado, algo que a escola geralmente faz.
Ainda são projeções baseadas em incertezas, mas é tudo que temos para trabalhar para o próximo ano. 2021 está na porta e promete ser um ano desafiador.
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