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Mediação no ensino e aprendizagem de línguas

Publicado por Roberto Murakamiem 5 de outubro de 202131 de maio de 2024

Por muito tempo o ensino de línguas adicionais girou em torno da aprendizagem de seus sistemas (gramática, vocabulário, fonologia e discurso) e habilidades (escutar, falar, escrever, ler). Mas num cenário de transformações rápidas e conectividade global, será que isso basta para nos comunicarmos efetivamente em qualquer circunstância?

Por exemplo, imagine-se nesta situação: você tem que se comunicar em inglês (ou qualquer outra língua ocidental) com uma pessoa que tem metade da sua idade, nasceu e vive do outro lado do mundo e estuda essa língua há apenas dois anos. Será que a equação “conhecimento dos sistemas + habilidades = comunicação” basta para dar conta da tarefa? A resposta é não.

Estudos recentes apontam outra variável necessária para garantir o sucesso da comunicação: a mediação. Mas, afinal, o que é mediação?

Mediação

Esta é uma palavra em alta no contexto do ensino de línguas e da educação bilíngue/plurilíngue e que diz respeito à solução de problemas que surgem quando as pessoas tentam comunicar-se, seja através da fala ou por escrito. No Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (2020, p. 90), o termo mediar é definido como a capacidade de atuar:

“(…) como um agente social que cria pontes e ajuda a construir ou comunicar significados, às vezes na mesma língua, outras vezes entre modalidades (oral/escrita ou vice-versa) e às vezes de uma língua para a outra (mediação interlinguística). O foco está no papel da língua em processos como a criação do espaço e condições para comunicar-se e/ou aprender, colaborando para construir novos significados, encorajando outros a construir ou entender novos significados e passando novas informações de forma apropriada. O contexto pode ser social, pedagógico, cultural, linguístico ou profissional.”

E por que ensiná-la/aprendê-la?

Como vimos, a mediação é uma componente essencial da habilidade comunicativa, já que ela reflete o uso real da língua de forma colaborativa e atenta às necessidades e habilidades dos participantes na interação. Sem ela, independentemente do nível de proficiência das pessoas envolvidas, não se pode garantir que a comunicação será efetiva.

Aprender e praticar a mediação traz muitos benefícios, não apenas a adultos, mas a crianças e adolescentes também. Você certamente já ouviu falar das competências e habilidades do século XXI e da importância de desenvolvê-las na escola. Queremos que os alunos desenvolvam sua inteligência emocional e aprendam a escutar com empatia, a pensar criticamente, a interagir, a adaptar-se a mudanças, a trabalhar sob pressão, a trabalhar em equipe, a liderar e tomar decisões em momentos de conflito, a pensar fora da caixa. Muito justo, não? A questão é: como fazer isso?

No cenário da educação bilíngue/plurilíngue, em que se almeja que os alunos aprendam, pratiquem e desenvolvam essas competências e habilidades, o ensino/aprendizagem dos sistemas da língua e das quatro habilidades básicas não abre, necessariamente, o espaço para a capacidade de mediar, a menos que tenhamos em mente atividades e estratégias pensadas especificamente para esse fim. A ideia é propor-lhes atividades e estratégias de mediação, de modo que consigam usar a(s) língua(s) adicional(ais) para atingir os seus objetivos comunicativos em situações de interação social.

Por exemplo, os alunos do EFAI podem mediar textos simples e curtos, isto é, usar gestos, palavras, frases curtas ou traduções para ajudar outros alunos, passando, em língua materna ou em língua adicional, oralmente ou por escrito, informações aprendidas e expressando opiniões sobre eles. Eles também podem mediar conceitos, trabalhando colaborativamente com outros alunos para explicar ideias e conclusões, colaborando para a compreensão de todos. E podem, ainda, mediar a comunicação, intervindo e facilitando a interação em situações delicadas ou quando há desacordos ou diferenças culturais entre eles. Já os alunos mais velhos desse segmento também podem assumir a tarefa de liderar atividades em grupo(s) e adaptar textos usando sinônimos e simplificações ou parafraseando-os, por exemplo.

No EFAF e no EM, além dessas atividades e estratégias, eles podem usar seus conhecimentos prévios para explicar novos conceitos (através de perguntas, comparações, exemplos ou definições) e expandir ou sintetizar textos, incluindo informações extras, detalhes e explicações.

Desafios

Quando pensamos em educação bilíngue/plurilíngue, que seja mais adequada aos alunos do século XXI, precisamos ter em mente o que podemos e queremos atingir através dela. É preciso mais que simplesmente ensiná-los a falar outra(s) língua(s). É preciso prepará-los para os desafios de viver em uma comunidade global, com valores, tolerância, respeito à diversidade e à pluralidade. Isso significa prepará-los para a vida, para serem agentes sociais empoderados e autônomos. Para isso, é necessária a habilidade de mediar.

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