Nos últimos anos, muito se tem falado sobre bilinguismo no Brasil. Apesar de o nosso país ter um caráter historicamente multilíngue (e nesse post você vai entender o porquê!), os termos “bilinguismo” e “educação bilíngue” só cresceram em popularidade muito recentemente.
Aqui no Blog da YOU temos diversos artigos e materiais sobre o assunto, mas resolvemos reunir nesta postagem alguns dos principais fatos e curiosidades sobre bilinguismo e educação bilíngue.
1. O Brasil não é um país monolíngue.
A única língua falada no Brasil é o Português, certo? Errado!
Muita gente não sabe, mas o Brasil é um país historicamente multilíngue. Além do Português e da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), existem mais de 200 línguas sendo faladas no território brasileiro. São em sua maioria línguas indígenas, mas também línguas trazidas por imigrantes — e que hoje já fazem parte do dia a dia de brasileiros há mais de três gerações —, além de línguas crioulas (criadas, adaptadas, híbridas) e línguas de origem africana.
2. A Educação Bilíngue no Brasil é assegurada por lei.
Aqui não estamos falando de bilinguismo inglês/português, mas sim da Educação Bilíngue Indígena e da Educação Bilíngue para Surdos. A legislação brasileira assegura às nações indígenas o direito de manter vivas suas línguas, culturas e identidades, bem como aos surdos o direito do acesso à escolarização por meio da Língua Brasileira de Sinais.
Quando o assunto é Educação Bilíngue em língua inglesa (ou outras línguas adicionais de prestígio, como o alemão, francês, etc.), ainda não há uma regulamentação em nível nacional, apesar de já haver avanço e um grande movimento nessa direção.
3. Escolas de idiomas e Escolas bilíngues não são a mesma coisa!
Tanto as escolas de idiomas quanto as escolas bilíngues formam sujeitos bilíngues! Entretanto, os caminhos e os objetivos pedagógicos são distintos. Enquanto que no centro de idiomas a língua é objeto de estudo: aprende-se essa língua, estuda-se sobre ela, analisa-se sua gramática e suas estruturas, na escola bilíngue a língua é meio de instrução. Em uma escola de idiomas aprende-se a língua, enquanto que em uma escola com uma proposta de Educação Bilíngue aprende-se por meio dela (e, nesse processo, claro, aprende-se a língua também!).
4. Falar como um nativo?
Por muito tempo acreditou-se que falar inglês corretamente significava “falar como um nativo” ou “falar com sotaque americano ou britânico”. Hoje questiona-se o que exatamente seria falar como um nativo em um mundo em que a maior parte dos falantes de inglês não é de native speakers. Nos próprios países que têm a língua inglesa como idioma oficial existem inúmeros regionalismos e formas diferentes de falar e de se expressar (assim como temos no Brasil!). Pronúncia correta, contexto e adequação sim, são importantes. Independentemente do sotaque!
5. A Educação Bilíngue abre portas, janelas e amplia horizontes.
O jornalista e escritor americano Sydney J Harris diz que o grande propósito da educação é transformar espelhos em janelas.
“The whole purpose of education is to turn mirrors into windows”
– Sydney J Harris
E esse talvez esse seja o grande presente da Educação Bilíngue também. Falar outras línguas é conhecer outros mundos possíveis, é ter acesso a diferentes formas de ser e estar na nossa sociedade; é olhar para além de si. É como abrir uma janela de acesso a um universo de múltiplos discursos, de múltiplas possibilidades e de muitas oportunidades. É ter acesso a uma maior diversidade de informações e de fontes de pesquisa, acesso a exercer a sua cidadania; acesso ao outro, a entender como esse outro pensa, como ele se comunica — permitindo que eu possa me comunicar com ele e também me fazer compreender!
Esperamos que tenham gostado e, caso queiram saber mais ou tenham outras dúvidas, compartilhem conosco nos comentários! Responderemos em uma próxima postagem sobre curiosidades! 🙂
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