O conceito de tecnologia consiste na aplicação prática do conhecimento científico enquanto um produto da ciência e da engenharia. E isto acontece por meio de um conjunto de técnicas, habilidades, instrumentos e métodos, visando a resolução de problemas.
Mas, o que são tecnologias educacionais?
A partir dessa definição, é possível entender que elas compreendem toda e qualquer tecnologia em favor do desenvolvimento educacional e acesso à informação, estando diretamente ligada à qualidade do ensino de acordo com as propostas e concepções filosóficas e educacionais.
No contexto atual, em que há uma nova configuração da realidade, com a ampliação das inovações tecnológicas e o forte movimento de inclusão digital, entram em cena as novas tecnologias educacionais. Alavancadas pela pandemia de Covid-19, em que os professores estão impelidos a usar as novas tecnologias e atuar com o ensino remoto, as escolas, que também tiveram de se adaptar, estão passando por uma grande transformação.
Com ela, temos novas formas de trabalhar os conteúdos curriculares, utilizando diferentes linguagens apoiadas em suportes tecnológicos e no uso de ambientes virtuais, que, quando bem utilizados, aprimoram o processo de ensino-aprendizagem e a interação entre professores e alunos.
Tecnologias educacionais no trabalho pedagógico
O mais importante neste momento, principalmente devido às consequências da pandemia, é que o professor mantenha uma comunicação efetiva com os seus alunos e utilize os recursos tecnológicos da melhor forma. Ou seja, em primeiro lugar, o educador deve ter seus objetivos educacionais bem estabelecidos para, então, determinar qual tecnologia, ou ferramenta digital, será adotada para cada um deles. O recurso tecnológico deve ser o meio, e não o fim, com o intuito de prestar suporte e facilitar a comunicação e o processo de ensino e aprendizagem.
O professor precisa manter a mente aberta para compreender a nova realidade e reconhecer as suas limitações, afinal, dificilmente ele conhecerá todas as tecnologias e recursos do universo digital. Por mais que o educador saiba qual é o seu papel, muitas vezes se faz necessário trocar conhecimentos com outros profissionais da área, aprender com quem já fez, estar aberto a sugestões e pontos de vista, inclusive dos próprios alunos, e, principalmente, explorar as suas próprias potencialidades, sem medo de errar, corrigir e inovar.
O uso adequado das tecnologias educacionais em sala de aula passa por uma série de quesitos que devem ser levados em conta. Por exemplo, o professor precisa conhecer o perfil da sua turma e compreender que, para cada aluno, a intervenção com determinada tecnologia surtirá uma resposta diferente, o que exige uma interpretação diferente dos resultados.
Em outras palavras, não adianta esperar que numa sala de aula com 30 alunos, todos eles respondam da mesma forma à metodologia aplicada ou tenham o mesmo nível de conhecimento sobre determinada ferramenta digital. Nenhuma turma é homogênea a esse ponto.
E da mesma forma que cada ferramenta adotada visa atingir certo objetivo, o professor deve enxergar as outras tantas competências que foram conquistadas com o uso daquela tecnologia, sabendo interpretar os resultados de cada recurso ou metodologia utilizado.
Tecnologias educacionais na escola
A escola deve ser um ambiente que permita erros e acertos, criando uma atmosfera propícia para a inovação e sendo um espaço de diálogo. Para tanto, é fundamental que o uso pedagógico da tecnologia conte com a mediação do professor, ao mesmo tempo em que proporciona aos estudantes a oportunidade de interação, autonomia e a construção do conhecimento de modo crítico e responsável.
O fato é que os espaços virtuais e as tecnologias digitais já fazem parte do dia a dia dos alunos. Então, uma das principais dicas para a atuação do professor, principalmente no que concerne ao uso das novas tecnologias educacionais na pandemia, é descobrir por onde seus alunos navegam, a fim de manter acesa a curiosidade e o interesse da turma.
Ou seja, vale conhecer os sites, redes sociais, aplicativos, vídeos no YouTube, jogos online e quaisquer tipos de conteúdos que têm sido consumidos por eles. Além disso, deve-se fazer uma curadoria dos temas de interesse, trazê-los para a sala de aula, seja ela online ou presencial, e encaixá-los no planejamento de ensino.
Com isso, é possível incorporar dinâmicas mais participativas, trabalhando com vídeos, leituras de texto, leituras de imagem, músicas e debates, entre outros formatos, que também representam uma oportunidade de pensar no ensino de forma mais personalizada.
BNCC e tecnologias educacionais
O uso da tecnologia em sala de aula é previsto na BNCC, documento que contém as diretrizes para nortear a Educação Básica no Brasil. Na Educação Infantil, o seu propósito é estimular o pensamento crítico, criativo e lógico, a curiosidade, o desenvolvimento motor e a linguagem.
No Ensino Fundamental, a Base aborda o papel do professor enquanto orientador, a fim de desenvolver no aluno a responsabilidade de usufruir da tecnologia de forma consciente e crítica.
Já no Ensino Médio, é previsto um papel mais proativo do aluno em relação ao uso das novas tecnologias, inclusive no seu processo de aprendizagem, e se espera que ele esteja apto a se aprofundar no letramento, na linguagem e na cultura digital de forma geral.
Desse modo, surgem as metodologias ativas como forma de aliar a tecnologia ao ensino, auxiliando os professores no seu planejamento e nas suas práticas em sala de aula, o que proporciona dinamismo ao ensino e uma formação integral aos alunos, com o desenvolvimento das competências e habilidades apontadas pela BNCC.
Dentre os principais formatos baseados nas metodologias ativas estão:
- Sala de aula invertida;
- Ensino híbrido;
- Rotação por estações de aprendizagem;
- Gamificação;
- Aprendizagem entre pares;
- Aprendizagem baseada em problemas;
- Aprendizagem baseada em projetos;
- Cultura Maker (“Faça você mesmo”);
- Storytelling.
No momento atual, com a adoção das aulas remotas, esta é a hora para se aprofundar ainda mais sobre o assunto e conhecer as mais diversas metodologias ativas para a atuação em sala de aula. Em outros artigos, abordamos o que são as metodologias ativas (Metodologias ativas de aprendizagem: o que são?), como aplicá-las (Metodologias ativas de aprendizagem: como aplicar?) e todas as suas potencialidades (Ensino Híbrido, sala de aula invertida e metodologias ativas e suas potencialidades). Vale a leitura!
“A escola seria tão mais formadora quanto melhor informadora ela fosse. Ela trabalharia tão melhor quanto melhor ela pudesse usar instrumentos que a ajudassem a possibilitar que o estudante exercitasse a sua curiosidade de saber. Para isso, ela precisaria também, tanto quanto possível, conhecer as experiências extra escolares de seus alunos, o que é que eles fazem, como fazem, como brincam, como trabalham, etc. E adequar o uso desses instrumentos para aguçar a curiosidade e possibilitar que as crianças conheçam melhor o que já conhecem, e conheçam o que ainda não conhecem de forma sistematizada.”
Paulo Freire e Sérgio Guimarães
Livro Educar com a mídia – Novos diálogos sobre educação
- Competência, fluência e proficiência: afinal, o que significa ser competente em uma língua? - 11 de maio de 2022
- Leitura de imagens e cultura visual na educação - 15 de dezembro de 2021
- O que são tecnologias educacionais? - 19 de outubro de 2021
Oi
Mande mais matérias sobre alfabetização e letramento.
Obrigada
Olá Ednilde, tudo bem?
Nós temos um artigo disponível sobre “Alfabetização e ensino bilíngue: como esse processo acontece?”: https://bit.ly/3ioLKhu
Agradecemos pelo seu comentário e encaminhamos sua sugestão para nossa equipe interna.
Um abraço,
Team YOU!