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O que é a Taxonomia de Bloom?

Publicado por Roberto Murakamiem 16 de novembro de 202129 de maio de 2024

Encabeçada pelo psicólogo e pedagogo americano Benjamin S. Bloom, a Taxonomia de Bloom foi criada em 1956 como resultado de um trabalho em conjunto com uma comissão multidisciplinar, que contava com especialistas de diversas universidades dos Estados Unidos. Antes de abordarmos o conceito, vale entender o que significa Taxonomia de Bloom.

Taxonomia é uma palavra que vem do grego e remete a um sistema de normas: taxis significa ordenação e nomos quer dizer norma. Benjamin Bloom foi um pesquisador das questões educacionais e defendia o estabelecimento de critérios claros e precisos para a compreensão do que, de fato, os alunos aprendiam ao final do processo de ensino.

Também chamada de Taxonomia dos Objetivos Educacionais, ela trata de uma classificação que preconiza um direcionamento baseado em objetivos de aprendizagem de forma hierarquizada. Basicamente, ela consiste em uma organização de categorias que divide as oportunidades de aprendizagem em três domínios:

  • Cognitivo: baseado nos conhecimentos prévios, esse domínio trata do uso da memória para acessar teorias, fórmulas, conceitos e conteúdos que o aluno já tenha aprendido. Essencialmente, é a aprendizagem intelectual.
  • Afetivo: ligado às emoções, o domínio afetivo relaciona-se com atitudes, interesses e vontades, com o sentimento de aceitação e rejeição e os demais aspectos de sensibilização e gradação de valores.
  • Psicomotor: trata da ação, do fazer, das habilidades motoras, do interagir com objetos e da capacidade de execução de tarefas.

Cada um desses domínios passa por diferentes estágios de aprendizagem, sempre do menor para o maior em temos de complexidade e especificidade, levando em conta os fundamentos, ou porquês, do que está sendo ensinado e o modo de abordagem com os alunos.

Apesar de nem sempre ser possível alcançar todos os níveis preconizados pela Taxonomia de Bloom em todas as disciplinas, é importante que os educadores entendam esses conceitos, que contribuem para o planejamento de aulas e atividades pedagógicas, conforme o nível de aprendizagem e o comportamento que se espera do aluno. Ou seja, sua aplicação trata da oportunidade de compreender para onde aquele conhecimento irá levá-lo, de modo a dar maior significado ao processo educacional.

A Taxonomia de Bloom na prática

Para entender um pouco mais o que é Taxonomia de Bloom e como ela funciona, vale conhecer a teoria desenvolvida por Benjamin Bloom, que defende que para conhecer e compreender um conceito é preciso saber aplicá-lo. Para isso, foram organizados os processos cognitivos que traçam o caminho da compreensão até chegar ao momento de aplicação do conhecimento, visando uma aprendizagem mais efetiva e em conformidade com o objetivo pretendido.

A partir desse domínio, pode-se planejar atividades, estratégias, metodologias e instrumentos de avaliação que serão adotados com os alunos em sala de aula.

A Taxonomia de Bloom é uma ferramenta que permite ao educador trabalhar os conteúdos de forma sistematizada, com materiais que sigam um padrão e uma linha de raciocínio lógico, e que atenda os níveis de conhecimento propostos por Bloom e sua equipe.

O Domínio Cognitivo da Taxonomia de Bloom

Além de representar os resultados esperados de aprendizagem, os níveis praticados no domínio cognitivo tratam de um processo cumulativo e hierárquico, caracterizado pela relação de dependência entre eles. Eles são organizados de acordo com a sua complexidade, o que significa que o aluno só avança para o próximo nível quando já aprendeu e conquistou os objetivos da etapa anterior.

Dos três domínios da Taxonomia de Bloom, o cognitivo é o mais comumente usado. Ele conta com seis níveis de complexidade e cada um deles possui uma gama de ações específicas, representadas por verbos, que são aplicados conforme o que se espera do aluno:

  • 1º nível: Conhecimento
    Representa a lembrança ou identificação de tudo o que o aluno já aprendeu, como conceitos, padrões, teorias, métodos, técnicas e fatos específicos.
    Ações indicadas: Definir, Apontar, Nomear, Marcar, Sublinhar, Enunciar, Recordar, Registrar, Relatar, Repetir.
  • 2º nível: Compreensão
    Desenvolvimento da capacidade de reproduzir e interpretar, de forma escrita ou verbal, o que foi aprendido anteriormente. Imprime significado, traduz e interpreta problemas, conforme os conhecimentos prévios.
    Ações indicadas: Descrever, Explicar, Narrar, Traduzir, Transcrever, Expressar, Localizar, Identificar, Esclarecer, Examinar, Discutir, Reafirmar.
  • 3º nível: Aplicação
    É quando o aluno consegue agir de acordo com os conhecimentos adquiridos e utilizá-los para resolver problemas em novas situações. Tudo o que é aprendido ganha ainda mais significado e, com isso, ele passa a ter uma maior capacidade de interpretação, de aplicação em situações práticas, além de conquistar certa independência no processo de aprendizagem.
    Ações indicadas: Ilustrar, Aplicar, Interpretar, Demonstrar, Praticar, Manipular, Utilizar, Empregar, Dramatizar, Traçar.
  • 4º nível: Análise
    A partir da capacidade de compreensão e interpretação, a análise trata da habilidade de estruturar e estabelecer relações, fazendo uma associação geral entre os conhecimentos. O aluno é capaz de analisar a informação de modo mais fundamentado, distinguir, classificar e criar hipóteses.
    Ações indicadas: Analisar, Debater, Criticar, Comparar, Calcular, Examinar, Distinguir, Diferenciar, Contrastar, Classificar, Investigar, Provar, Experimentar.
  • 5º nível: Síntese
    Nele, o aluno já é capaz de produzir novos conhecimentos, estabelecer padrões e estruturar situações a partir de pesquisas diversas e do repertório adquirido ao longo do processo, sintetizando conteúdos de diferentes fontes.
    Ações indicadas: Organizar, Planejar, Compor, Constituir, Coordenar, Articular, Formular, Propor, Esquematizar, Dirigir, Criar, Armar, Prestar, Reunir.
  • 6º nível: Avaliação
    Esse é o nível de maior complexidade do domínio cognitivo da Taxonomia de Bloom e trata da capacidade de julgamento de valor com base em critérios internos ou externos. Aqui, o aluno é capaz de pensar de forma crítica sobre o conteúdo após a sua verificação e análise. Esse é o ponto em que ele consegue produzir ideias e assumir uma postura inovadora.
    Ações indicadas: Julgar, Selecionar, Validar, Valorizar, Escolher, Eliminar, Avaliar, Estimar, Ordenar, Preferir, Taxar, Ajuizar, Apreciar.

O Domínio Afetivo da Taxonomia de Bloom

Esse campo está diretamente ligado à maneira como o aluno lida com as suas emoções e sentimentos, assim como às suas atitudes, interesses e valores. Esse domínio tem como premissa estimular o envolvimento emocional com o conteúdo.

Ele engloba cinco níveis que seguem uma hierarquia, uma vez que o aluno se desenvolve e avança cada vez que aprende algo novo.

  • Recepção: relaciona-se à percepção das emoções e atitudes, próprias e das pessoas à sua volta, fazendo com que o aluno tome consciência dessas reações.
  • Resposta: trata da reação do aluno ao receber um estímulo, participando ativamente do processo de aprendizagem.
  • Valorização: capacidade de atribuir valor aos conteúdos, aceitação e compromisso, a partir do seu repertório intelectual.
  • Organização: ao absorver novas informações, o aluno é capaz de organizar, comparar e relacionar os conteúdos aprendidos a partir de um sistema de valores.
  • Internalização de valores: capacidade de assimilar e internalizar o conhecimento, agindo de acordo com os valores estabelecidos, como uma característica pessoal.

Domínio Psicomotor da Taxonomia de Bloom

Este domínio não foi criado por Benjamin Bloom, mas por outros estudiosos que deram sequência ao seu trabalho. O campo psicomotor trata das habilidades físicas enquanto meio para adquirir novos conhecimentos, mais especificamente relacionados à manipulação de objetos ou ferramentas, à movimentação corporal e aos sentidos.

Basicamente, são cinco níveis a serem alcançados, que também seguem uma hierarquia de acordo com a sua complexidade:

  • Percepção: ter consciência do mundo externo através dos sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato), reconhecendo movimentos essenciais.
  • Resposta conduzida: treinar e afinar a coordenação motora, agindo por meio de orientação.
  • Automatismos: adotar os movimentos reflexivos básicos, agora de forma mecânica. 
  • Respostas complexas: autonomia para realizar certas ações adequadamente, sem auxílio, e responder a determinados estímulos de modo eficiente e coordenado.
  • Naturalização: completo domínio de movimentos, respondendo aos estímulos do objeto de aprendizagem de forma espontânea e organizada.

A Taxonomia de Bloom é amplamente utilizada no meio educacional como uma das bases para a elaboração de planos de aula, sendo uma ótima ferramenta para os professores atuarem em sala de aula. Aproveite e confira o nosso artigo sobre a importância do plano de aula como aliado no dia a dia do professor bilíngue. Vale a leitura!

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