Seja para acompanhar ou melhorar o ensino de inglês na instituição, é fundamental que os gestores escolares avaliem alguns indicadores específicos de forma sistemática e periódica. Esse é o caminho para garantir a qualidade do processo de ensino-aprendizagem na segunda língua e alcançar o nível de excelência, sobretudo quando se trata de uma escola de educação bilíngue.
Existem indicadores quantitativos e qualitativos que auxiliam a elaboração de estratégias para a melhoria do ensino. Neste artigo, falaremos sobre alguns dos principais indicadores de qualidade do ensino de inglês e como avaliá-lo em sua escola.
1 – Metodologia de Ensino
Contar com uma boa metodologia de ensino é primordial para oferecer um ensino de qualidade e a escola deve analisá-la constantemente em todos os níveis, garantindo que ela esteja de acordo com sua proposta pedagógica desde a Educação infantil.
Nesse quesito, as práticas pedagógicas e o material didático também entram na avaliação, com revisões periódicas a fim de assegurar o devido alinhamento com a metodologia de ensino. Para se aprofundar nesse tema, leia o nosso artigo O que é metodologia de ensino, em que tratamos do conceito e dos tipos de metodologias existentes nas escolas.
Particularmente no que concerne à avaliação na educação bilíngue, é fundamental que a gestão escolar se atente a demandas específicas. É preciso verificar se a metodologia promove uma relação positiva com outras culturas e estimula o respeito à diversidade, por exemplo, e se ela considera a individualidade dos alunos no processo de ensino, trazendo o segundo idioma para a sua realidade com estratégias didáticas e tecnológicas da atualidade.
2 – Corpo Docente
O nível de qualificação dos professores de inglês que atuam na instituição também é um importante indicador de qualidade. Quando se trata de uma escola bilíngue, esses profissionais devem se enquadrar, no mínimo, no nível B2 de proficiência do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (Common European Framework for Languages – CEFR). Isso quer dizer que todo o corpo docente precisa ter sido aprovado em um teste apropriado para poder lecionar em qualquer instituição de ensino bilíngue.
Profissionais com cursos de pós-graduação, mestrado ou doutorado também fazem a diferença na qualidade do ensino e são um diferencial competitivo para a escola. Daí a importância de engajar os professores na busca por especialização acadêmica a fim de desenvolver competências e aprimorar técnicas pedagógicas, garantindo um ensino cada vez mais refinado ao aluno.
Sobre este assunto, leia o nosso artigo Reflexões sobre formação de professores no Brasil para mais informações.
3 – Aprendizado dos alunos
Não cabe somente ao corpo docente aplicar os métodos de avaliação educacional dos alunos. Os gestores escolares também precisam fazer o devido acompanhamento, com o propósito de saber se os estudantes estão de fato aprendendo e como está a sua evolução.
Atualmente, ainda prevalecem os instrumentos formais de avaliação, que são os testes convencionais e provas objetivas ou dissertativas. Contudo, também são adotados cada vez mais frequentemente os métodos de avaliação formativa, que propõe observar a trajetória do aluno no processo de ensino-aprendizagem, não se limitando às avaliações de caráter classificatório.
O mais interessante na avaliação formativa é que, além da proposta de atentar-se ao desempenho do aluno em diversas ocasiões, ela também permite ao professor avaliar a sua própria atuação em sala de aula. Isso permite que sejam feitos os ajustes necessários nas práticas de ensino-aprendizagem, seja por parte do professor ou do aluno. A propósito, um instrumento cada vez mais utilizado na proposta da avaliação formativa é a autoavaliação feita pelos próprios estudantes.
É importante ressaltar que a avaliação dos alunos deve levar em conta os objetivos de aprendizagem da instituição e estar de acordo com o seu projeto político-pedagógico no contexto educacional. Os professores, por sua vez, também são profissionais em formação, portanto precisam desenvolver competências que lhes permitam compreender os diversos parâmetros para uma avaliação efetiva.
Para mais detalhes sobre o assunto, leia o nosso artigo Como o feedback pode ajudar na formação de professores.
4 – Avaliação da proficiência em língua inglesa
Escolas de qualidade são certamente comprometidas com os seus resultados, portanto os gestores escolares também podem contar com fontes de avaliação externas, como, por exemplo, os testes de proficiência que enquadram os alunos nos níveis do Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas: A1 e A2 (básico), B1 e B2 (independente) e C1 e C2 (proficiente).
Há também os testes de progresso, que têm a finalidade de avaliar o desempenho do aluno em relação a um conteúdo específico ou num determinado período. Além de ser uma boa forma de avaliar a qualidade do ensino de inglês na escola, os testes de progresso também podem contribuir para o alcance dos objetivos de curto ou médio prazo.
Além destes, também podem ser adotados exames internacionais como TOEFL, IELSTS ou TOIC, por exemplo, que comprovam a proficiência do aprendiz e abrem portas para oportunidades acadêmicas e profissionais, sendo uma confirmação oficial sobre a qualidade dos programas bilíngues. Os certificados internacionais são reconhecidos por diversos órgãos, instituições de ensino e empresas de várias partes do mundo.
5 – Ambiente escolar
Neste tópico, cabe falarmos tanto sobre a estrutura física (espaços que proporcionam conforto, segurança e recursos que facilitem a aprendizagem, como salas multimídia, biblioteca e espaços de convivência) quanto do clima escolar e relações interpessoais. No contexto da educação bilíngue é essencial que se encoraje a comunicação na segunda língua em todos os espaços da escola. E observar isso no dia a dia serve como um termômetro para avaliar a eficiência do ensino de inglês.
Da mesma forma, o relacionamento da escola com as famílias também entra na conta. Manter o contato constante com a família dos alunos é uma excelente forma de avaliar a percepção dos pais e responsáveis em relação à realidade escolar. A participação ativa e a colaboração entre as partes na formação do aluno é a receita para uma educação de qualidade.
Para saber maia sobre este tema, leia nosso artigo O poder da confiança entre família e escola.
Todos esses aspectos impactam diretamente a rotatividade de alunos, um dos indicadores mais objetivos quando se trata da qualidade da escola como um todo. O ideal é que o número de novas matrículas seja sempre superior ao de alunos desistentes e o gestor escolar precisa averiguar os motivos que levaram ao cancelamento das matrículas, o que possivelmente o fará enxergar pontos fracos e oportunidades de melhoria na instituição.
Por último, vale lembrar que a escola com uma boa reputação já possui um carimbo de qualidade superior. Principalmente nos dias de hoje, com as facilidades para se comunicar em rede, é essencial acompanhar as interações e avaliações da comunidade escolar na internet. Não somente os alunos, ex-alunos e suas famílias tendem a postar depoimentos em redes sociais, mas os próprios professores e outros profissionais da escola também fazem isso.
Em suma, uma boa metodologia de ensino de inglês — revisada e atualizada, um corpo docente preparado e que se qualifica para atuar na educação bilíngue, um ambiente escolar propício para o aprendizado e o acompanhamento da trajetória e proficiência dos alunos são fatores essenciais para o sucesso de sua instituição.
Referências:
- Como a aprendizagem de um novo idioma contribui para o desenvolvimento infantil - 16 de novembro de 2022
- Como contribuir para o desenvolvimento pleno da criança - 26 de outubro de 2022
- Como avaliar a qualidade do ensino de inglês de sua escola? - 25 de agosto de 2022