Sabemos que a rotina familiar é bem corrida. Mas há famílias que procuram acompanhar seus filhos e filhas mesmo com a correria do dia a dia. A pergunta que fica é sempre esta:
Como fazer isso de forma que seja significativo para as crianças e adolescentes e esteja de acordo com as possibilidades familiar de cada um?
Preparamos algumas orientações e dicas que podem auxiliar as famílias que gostariam de acompanhar mais de perto como seus filhos e filhas aprendem outra língua e por meio dela.
- Crie um ambiente bilíngue: criar um ambiente bilíngue significa dizer que duas ou mais línguas são utilizadas e têm o mesmo valor. Também implica em se comunicar, sempre que possível, em outros idiomas. É importante que seja algo natural, que aconteça em conversas, jogos, na hora de ler e assistir a um filme. Quanto mais inserida no cotidiano a língua estiver, maiores são as chances desse ambiente bilíngue ser criado e mantido. O ideal é pensar sobre o que é possível diante da sua realidade familiar. Brincar? Ler? Ouvir e contar histórias? No caso dos familiares não falarem a segunda língua, incluímos um item mais abaixo para explorar esse assunto.
- Brinque na segunda língua: brincar é algo que os adultos acabam deixando de lado por conta das obrigações do dia a dia, o que é uma pena, porque esta é uma ótima forma de aproximar a família, aliviar o estresse, estreitar laços afetivos, criar memórias e também usar a língua de forma contextualizada. Vale brincar de forca, de amarelinha, jogo da memória e até jogos de tabuleiro. O importante é que o jogo aconteça com os participantes usando, ou pelo menos tentando, usar a segunda língua.
- Cantem juntos: vocês podem aprender a cantar uma música juntos ou então realizar um karaokê em família. Para os mais ousados, vale até planejar um show de talentos com muita cantoria. A música é uma potente ferramenta para a aprendizagem de língua, porque ensina estruturas e vocabulário que são facilmente recuperados em outros contextos. Além disso, ela ajuda no desenvolvimento da consciência fonológica e amplia o repertório cultural. No caso de familiares, crianças e adolescentes, ela também pode aproximar e unir gerações.
- Cozinhem juntos: seguir uma receita em segunda língua e tentar se comunicar enquanto a executa, além de contribuir para construção de uma excelente memória afetiva, contribui imensamente para a ampliação do repertório linguístico e é algo que as pessoas levam para vida. Afinal, não seria cozinhar uma habilidade necessária para a nossa sobrevivência?
- Assistam a filmes: vocês podem assistir a um filme conhecido com legendas na segunda língua. Para as famílias mais ousadas, vale fazer um dia de cinema e até simular todas as etapas desse passeio.
- Façam refeições e falem na segunda língua: preparar aquele jantar especial ou café da manhã com receitas que sejam de outras localidades ajuda a criar o clima e deixar o ambiente propício para a prática da segunda língua. Vocês podem falar sobre a comida, se gostam, do que gostam e até sobre os ingredientes.
- Leiam juntos: a leitura aumenta o repertório linguístico e cultural. Vale poesia, livro, notícias e qualquer outro texto que gere uma discussão depois.
- Evite traduzir: ninguém gosta de ser testado, não é mesmo? E muitas crianças e adolescentes não aprendem mais por meio da tradução. Geralmente, eles aprendem de forma contextualizada, brincando, pesquisando e utilizando a língua. Na verdade, é assim que se aprende uma língua: em uso nas práticas sociais. Então, se for conversar sobre comida, por exemplo, diga o que gosta ou não gosta, cozinhe, faça comentários sobre ela. Mas evite perguntar: “Como dizer batata em inglês?”
- Aprenda junto: essa dica vale para quem sabe o idioma e para quem não sabe. Aproveite a oportunidade para pesquisar palavras e expressões novas. Utilize o recurso ouvir pronúncia das palavras dos dicionários online. Geralmente eles aparecem representados por meio de um ícone que é um alto-falante. Ele é muito bom para descobrir como pronunciar corretamente as palavras e traz, inclusive, variações de acordo com alguns lugares.
Aprender uma nova língua é um processo complexo, mas o mais importante de tudo é trabalhar a própria ansiedade. É impossível prever em quanto tempo alguém conseguirá se comunicar com segurança e de acordo com suas necessidades. São muitos os fatores envolvidos nessa aprendizagem: motivação, oportunidades de usar a língua em situações reais, identificação com o idioma e cultura na qual ele está inserido, as experiências educativas que se vivencia, o contato com bons profissionais que proporcionem um tempo de exposição com a língua de qualidade.
Esses são apenas alguns fatores, mas há muitos mais. Portanto, tenha em mente que ajudar o seu filho ou filha em casa não deve ser um fator que cause estresse para ninguém. Use nossas dicas, que foram dadas para que vocês possam construir memórias afetivas por meio da língua. Isso torna o processo mais relevante, prazeroso e eficiente.
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