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Metodologias ativas de aprendizagem: como aplicar?

Publicado por Daniel Camargoem 31 de março de 20207 de junho de 2024

Caracterizadas por um modelo educacional mais dinâmico, as metodologias ativas de aprendizagem propõem um novo formato de ensino nas escolas, a fim de atender às necessidades pedagógicas da atualidade. Nesse cenário, um dos grandes desafios é a capacidade de atrair e estimular os alunos dessa geração digital, o que exige uma transformação nas instituições de ensino.

“As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de mostrar sua iniciativa.”

José Moran

(Professor, Pesquisador e gestor de projetos de inovação em educação)

Cada vez mais, o ensino tem sido devidamente centrado na resolução de problemas, na vida real dos alunos, com atividades relevantes e desafiadoras, individuais e em grupo, envolvendo questões sobre ética e valores. E essas mudanças demandam a adaptação do currículo e a reorganização do espaço escolar, além da atuação do corpo docente.

O uso das metodologias ativas faz com que o aprendizado ganhe dimensões mais profundas e se torne mais significativo para o aluno, possibilitando-o a encontrar sentido nas atividades propostas.

Características das metodologias ativas de aprendizagem

Para contextualizar, a base da metodologia ativa na educação é a autonomia que o aluno passa a ter em sala de aula para a construção do seu próprio conhecimento. Então, ele sai da tradicional posição passiva, como um espectador, e assume um papel ativo, sendo a figura central que busca a solução e aprende fazendo.

Assim como os avanços tecnológicos proporcionaram mudanças na educação, as descobertas no ramo da ciência cognitiva permitiram o reconhecimento de que o ritmo e as melhores formas de aprendizagem são diferentes para cada um de nós.

Por isso, conforme já discutimos sobre a Educação 4.0, as metodologias ativas de aprendizagem tendem à personalização do ensino, em que o educador assume a postura de orientador e mediador, respeitando as características de cada educando e proporcionando uma experiência educacional mais eficiente.

“Antes [o professor] podia preparar uma mesma aula para todos, a mesma atividade para todos. Hoje precisa ir além e concentrar-se no essencial, que é aprofundar o que os alunos não percebem, ajudar a cada um de acordo com o seu ritmo e necessidades e isso é muito mais difícil e exige maior preparação em todos os sentidos.”

José Moran

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Movimentos da Aprendizagem Ativa

Segundo José Moran, professor e autor das citações deste artigo, existem três movimentos essenciais para o processo de aprendizado e que devem fazer parte do projeto pedagógico, são eles: a construção individual, a grupal (ou em pares) e a orientada, que se aprende com um indivíduo mais experiente. 

E a tecnologia veio para reforçar essa possibilidade na esfera educacional, com a facilidade na busca de informações, superando as limitações de espaço e tempo dentro da escola, conteúdos de apostilas e outros materiais.

Aprendizagem personalizada

A personalização do ensino, que se adapta conforme as necessidades e aptidões do aprendiz, é uma das fortes características das metodologias ativas de aprendizagem. Esse movimento exige profissionais preparados para identificar o perfil dos alunos, suas motivações, e, assim, elaborar atividades com propostas mais individualizadas. 

O Khan Academy é um exemplo de plataforma de aprendizagem personalizada, onde é possível realizar tarefas, acompanhar as evoluções por pontos e medalhas e, para os educadores, conhecer as inclinações de cada aluno.

Aprendizagem colaborativa

Também conhecida como aprendizagem entre pares, essa é uma modalidade que envolve o compartilhamento de ideias, conhecimentos, opiniões, ou quaisquer informações pertinentes ao projeto entre os educandos, seja presencial ou virtualmente. Assim, se desenvolve a inteligência social e emocional, além da capacidade de se chegar mais longe no aspecto coletivo.

Aprendizagem por orientação

Nesse movimento, o educador atua como tutor, possibilitando maiores avanços individualmente e em grupo, a partir da definição de algumas estratégias para garantir o melhor desempenho dos alunos, que passam a ter novos questionamentos, investigações e conclusões.

Como aplicar as metodologias ativas de aprendizagem?

Existem diversos exemplos de metodologias ativas de aprendizagem a serem colocados em prática e que, nessa era digital e conectada, convergem para os modelos de ensino híbridos, ou blended learning. Assim, a gamificação, as narrativas e desafios que desenvolvem as competências necessárias, ao mesmo tempo interagem, passam a fazer a parte do currículo escolar, com o auxílio das ferramentas tecnológicas.

“Contar, criar e compartilhar histórias é muito mais fácil hoje. Podemos fazê-lo a partir de livros, da Internet, de qualquer dispositivo móvel. Crianças e jovens gostam e conseguem produzir vídeos e animações e postá-los imediatamente na rede. Existem aplicativos fáceis de edição nos smartphones. As narrativas são elementos poderosos de motivação e produção de conhecimento.”

José Moran

É essencial que haja uma diversificação das técnicas utilizadas, modificando os recursos e as estratégias, entre atividades individuais e coletivas, a fim de levar novidades de forma constante aos alunos e, assim, evitar que o processo educacional caia em uma rotina tediosa.

Criar uma atmosfera correspondente aos diversos tipos de metodologias ativas de ensino aprendizagem envolve uma gama de situações estratégicas. Por exemplo, discussões relacionadas à formação profissional, debates sobre temas da atualidade, trabalhos em equipe, estudos de caso, brainstormings (tempestades de ideias), elaboração de mapas conceituais, simulação de processos, desenvolvimento de sites e redes sociais, dentre outros.

A prática de estudar em casa ou na biblioteca também ganha uma nova dinâmica. A base do conteúdo pedagógico, que tradicionalmente era ensinado pelo professor em sala de aula, passa a ser estudada pelos conteúdos online. 

Então, em sala de aula, os alunos são testados quanto ao seu aprendizado, respondendo às questões relacionadas ao conteúdo aprendido e resolvendo problemas que, muitas vezes, envolvem diversas áreas de conhecimento, além de receberem feedback imediato. Esses são os pontos-chave desse método que tornam a sala de aula invertida uma metodologia ativa de aprendizagem.

Por isso, é importante envolver professores que lecionam para a mesma turma, a fim de que estruturem e planejem um projeto associado à vida real desses estudantes. Da mesma forma, pode ser aplicada a Aprendizagem Baseada na Investigação (ABIn), em que, a partir de um problema levantado pelos educadores, os alunos avaliam, pesquisam, compartilham opiniões, fazem escolhas individual ou coletivamente, analisam riscos e passam a trabalhar em situações mais complexas.

Nessa linha, a aprendizagem baseada em projetos é um trabalho majoritariamente colaborativo e propõe a resolução de problemas, geralmente apontados pelos próprios alunos sobre o cotidiano fora do contexto escolar, ou a confecção de projetos.

Essa metodologia ativa de ensino pode abranger apenas uma disciplina, ser interdisciplinar, ou, ainda, não ter relação com as disciplinas do currículo. Além disso, os projetos podem ser de caráter construtivo (criar algo do zero), investigativo (uso de técnicas de pesquisa científica) ou explicativo (explica e demonstra o funcionamento de algo ou princípios científicos). 

A duração do projeto pode variar, de poucas semanas a alguns meses, dependendo da sua complexidade. O mais importante é que essas tarefas estimulem o pensamento crítico, a criatividade e desenvolvam o autoconhecimento, a partir de competências pessoais, intelectuais, emocionais e comunicacionais.

Para muitas instituições de ensino, aplicar as metodologias ativas de ensino aprendizagem pode parecer algo distante, mas partindo de um diagnóstico realista, as pequenas e grandes mudanças em direção a essas propostas, com certeza, já vão valer a pena. Vamos começar?

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CELTA Certified teacher, formado em tecnologia e gestão e MBA em gestão de pessoas.
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