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As Ciências Naturais como potencializadoras do desenvolvimento da língua adicional

Publicado por Camila Pradoem 13 de agosto de 20205 de junho de 2024

O acesso ao conhecimento científico é um direito das crianças e da população de uma forma geral. Assim, é papel da escola — enquanto instituição que prepara o indivíduo para a vida —, introduzir, incluir e explorar a área das Ciências Naturais, já que ela que dá conta do fazer científico na escola.

Processo reflexivo

O espírito investigativo das crianças combina perfeitamente com essa área tão importante e que contribui para o desenvolvimento do senso de curiosidade e da vontade de saber mais. Incentivar os alunos a observar detalhes, fazer perguntas e a refletir sobre as questões naturais tem um valor muito grande não só para a aprendizagem, mas também para o futuro do mundo através da consciência ambiental. Falar sobre a natureza permite que as crianças formem um vínculo com o meio ambiente, percebam sua importância e o seu próprio papel dentro dele.

“[…]  exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.” (Base nacional Comum Curricular).

Ciências Naturais e língua adicional

As atividades de Ciências Naturais podem trabalhar a língua adicional e, ao mesmo tempo, promover oportunidades de reflexão, discussão, expressão de ideias e sentimentos. Esse tipo de abordagem dá aos alunos espaço para praticar frases e situações contextualizadas, contribuindo para sua construção e percepção de mundo. O Meio Ambiente e os animais são parte importante do mundo que nos cerca e, para as crianças, poder entendê-lo é fundamental.

Ao trabalhar com moradias diferentes e com alguns habitats dos animais, por exemplo, estes conhecimentos são utilizados na prática e contribuem para o desenvolvimento da língua adicional. A interdisciplinaridade traz oportunidades para que em uma única atividade sejam trabalhadas habilidades e pontos de vista diferentes sobre um mesmo tema. É possível, por exemplo, utilizar personagens que vivem no oceano fictício de uma história para trazer os alunos a pensarem em suas próprias vidas, no que é necessário a elas, e que possam se ver capazes de criar mudanças e ter um papel ativo e importante no mundo.

Desenvolvendo habilidade de pesquisa

Para a preservação e defesa do Meio Ambiente e de todos os seus elementos, é preciso cidadãos conscientes, críticos e atuantes. É pensando nisso que incluímos a Educação Ambiental em nosso cotidiano. O modo como os indivíduos veem a natureza e pensam sobre ela de forma consciente é o fator essencial para o futuro de nossa sociedade e de gerações futuras.

Além de observar detalhes da natureza e ações importantes para a sua conservação, os alunos podem participar de uma pesquisa sobre organizações e grupos que realizam este tipo de trabalho diariamente.  Mais do que qualquer outra habilidade digital, a pesquisa traz um olhar especial sobre informações e conhecimentos que nos acompanham durante toda a vida. Ao fazer pesquisa, os alunos experimentam o mundo do trabalho científico e aprendem a conseguir, com autonomia, acesso às informações confiáveis, pertinentes e úteis. Esta também é uma habilidade importante da cultura digital prevista na BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações[…]”.

Reconhecer detalhes de sites oficiais e de organizações especializadas é também um passo importante para que os alunos naveguem e utilizem a Internet de forma reflexiva e saibam discernir fatos de palpites e fontes confiáveis de fontes suspeitas.

Reconhecimento de si e do entorno

As atividades da área de Ciências não englobam apenas a parte científica do conhecimento da natureza e da consciência ambiental. Elas ajudam os aprendizes a desenvolver o olhar para si e para o outro, pois além de falar sobre as espécies de animais e elementos da natureza, os alunos também têm a oportunidade de conhecer diferentes realidades de vida, moradia e trabalho de diferentes pessoas.

Através da música e de algumas práticas de linguagem que incluem encenações, é possível que eles vivenciem outras perspectivas. Muitos alunos de certas regiões do país nunca conheceram uma fazenda, e o mesmo é verdade para a cidade, para a praia e para o campo. Por meio de experiências e atividades escolares, esses alunos têm a oportunidade de conhecer um pouco sobre lugares distantes deles de modo a enriquecer suas realidades com elementos que vão além daqueles presentes no seu dia a dia e que influenciam e ajudam na vida comunitária e social em geral.  Poder fazer tudo isso usando a língua inglesa é um caminho rico em aprendizado: desde o próprio desenvolvimento da língua adicional, passando por conhecimentos gerais, ganhos cognitivos e socioemocionais diversos, além de diversão e uma variedade de vivências.

Reflexões finais

A área de Ciências Naturais contribui para o desenvolvimento da investigação, da curiosidade e da descoberta —  que devem sempre acontecer por meio de perguntas feitas pelo professor ou pelos alunos. As perguntas do professor podem instigar o pensamento crítico e guiar os alunos em suas próprias descobertas.

“O bom ensino de Ciências é o que se aprende fazendo como cientistas” diz Paulo Blikenstein, professor da Universidade de Stanford (EUA).

Modelar experiências e colocá-las em prática para testar hipóteses e suposições é uma parte muito importante de experimentos de Ciências. O tema de estrelas e constelações, por exemplo, pode ficar mais evidente por meio da construção de uma luneta periscópica que permite que os alunos identifiquem o uso de dispositivos para projeção à distância para que depois desenvolvam a capacidade de simbolizar essas descobertas através da arte.

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Camila Prado
Analista Pedagógico em YOU Bilíngue
Professora há mais de 15 anos no universo bilíngue. Redatora Pedagógica da Central YOU com CPE, ICELT, TKT e CELTA da Universidade de Cambridge.
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