Pular para o conteúdo
YOU Bilíngue

YOU Bilíngue

De educadores para educadores

  • Ensino bilíngue e educação
  • Criatividade e inovação
  • Gestão e desenvolvimento
  • Fique por dentro

Será que o ensino híbrido veio para ficar?

Publicado por Bruna Fariasem 8 de junho de 202220 de março de 2024
Ensino Híbrido

No âmbito educacional, não é de hoje que o ensino híbrido é apontado como uma das maiores tendências do século 21. Com a pandemia do novo coronavírus, praticamente de uma hora para a outra, foi imposto o ensino remoto como a única alternativa possível para as escolas continuarem atuando naquele momento. E o aluno, por sua vez, se viu num novo cenário para a sua rotina de estudos, em que a sala de aula deu lugar à sua própria casa e tudo passou a ser feito pelo computador ou smartphone.  

Essa mudança trouxe à tona diversas discussões, o que ampliou a concepção de Educação, contribuindo para compreender os desafios, as propostas e, sobretudo, a reconfiguração do papel do professor, da escola, do gestor, das famílias e dos alunos nesse processo.

Basicamente, a proposta do ensino híbrido envolve uma nova organização para a comunidade escolar:

  • O gestor precisa criar um ecossistema e desenvolver um novo currículo, de acordo com as condições estruturais e a realidade social da instituição de ensino, com foco nos meios de informação e comunicação entre o professor, o aluno e a família. Afinal, o processo educativo exige essencialmente a interação, seja ela presencial ou remota.
  • O professor deve atender às demandas de capacitação para poder usar plenamente os recursos disponíveis em sala de aula e nos períodos remotos.
  • As famílias devem participar, propiciando condições para os estudos dentro de casa e fazendo o devido acompanhamento.
  • Os alunos devem estar dispostos a aprender dentro desse modelo, ou seja, a assumir sua responsabilidade no processo de aprendizagem, por meio de participação e iniciativa, resolvendo problemas, desenvolvendo projetos, etc.

Para isso, não basta uma pitada de inovação. Esse movimento deve ser disruptivo e colaborativo em cada escola, sem modelos padronizados. Tudo indica que, sim, o ensino híbrido veio para ficar. Mas ele precisa ser encarado com a seriedade que o momento exige e, a partir de um intenso planejamento, ser adotado para atender às necessidades que a Educação clama há muito tempo.

Oportunidade de renovar o nosso modelo educacional

Não é de hoje que se fala sobre a importância de colocar o aluno na posição de produtor do conhecimento em vez de mero consumidor da informação, uma das principais bandeiras levantadas pela BNCC. Da mesma forma, se enaltece a formação de sujeitos críticos, que sejam capazes de pensar sobre o passado, o presente e o futuro e que saibam estudar, trabalhar com textos, resolver problemas, entre muitos outros aspectos fundamentais para o processo de ensino-aprendizagem.

Nesse sentido, o ensino híbrido vem como uma oportunidade para alterar antigos modelos de ensino que ainda prevalecem nas escolas e criar um novo formato aderente às necessidades da educação atual. Essa mudança implica e requisita atividades diferentes das que são trabalhadas atualmente pelos professores, e demanda, acima de tudo, um planejamento mais minucioso do ponto de vista pedagógico.

O processo deve ser gradual e não depende somente da ação da escola, mas deve levar em conta as especificidades de cada estudante e a possibilidade de contar com um ambiente propício para que ele se desenvolva.

E na fase remota do ensino híbrido, o desafio é ainda maior. É preciso analisar quais atividades do ensino presencial são possíveis de serem aplicadas à distância com a ajuda de recursos tecnológicos ou quando se faz necessário repensar os encaminhamentos pedagógicos, os princípios do planejamento, as tarefas a serem executadas em outro contexto, etc.

Ou seja, não se trata de algo automático e repentino, mas de algo que exige planejamento, trabalho intencional, flexível, e o emprego gradual das ferramentas com as quais os estudantes precisam se familiarizar para adquirir e exercitar conhecimentos na sua rotina escolar, atendendo às expectativas para esse novo modelo.

O ensino híbrido no universo digital

Entrando no alicerce digital, o fato é que, na Educação, essa questão acaba sendo reduzida simplesmente a ter, ou não, acesso a um computador e à internet. Ainda que seja uma dimensão importante, isso não garante a eficiência no processo educacional e a participação adequada dos alunos.

O grande fator da desigualdade nesse quesito está justamente na falta de treinamento e conhecimento prévios para o uso adequado desses recursos. De nada adianta prover computadores e internet sem entregar uma arquitetura pedagógica consistente com planejamento. Por exemplo, uma simples pesquisa num mecanismo de busca como o Google requer um conhecimento prévio, não somente sobre como utilizar ferramentas online, mas também sobre o assunto que ele está prestes a pesquisar. 

Portanto, é fundamental introduzir os alunos no universo digital e prepará-los para se utilizarem do universo do conhecimento, que vai além dos recursos tecnológicos, uma vez que eles não serão capazes de avançar sozinhos sem uma base, e necessitarão o trabalho estruturado do professor antes de estabelecer qualquer tarefa.

Essas são dimensões que, muitas vezes, passam despercebidas, quando se discutem as expectativas para a Educação e se indica somente a tecnologia como solução. É preciso compreender que o cerne está sempre na dimensão pedagógica, a única que possibilita criar condições de usufruir devidamente dos recursos digitais. 

A importância da interatividade no processo educacional

As possibilidades de interação são um ponto-chave no processo de aprendizagem, especialmente nas séries iniciais, e com o ensino híbrido, esse importante aspecto ganha novos formatos. 

Por exemplo, é da natureza das crianças pequenas aprender por meio da colaboração, ou seja, é difícil, para elas, aprenderem sozinhas. Da mesma forma, em qualquer fase da Educação Básica, é preciso que haja interação com alguém para obter feedback sobre a execução das atividades, aprender a rever ou corrigir as próprias tarefas, apontar o que está certo ou errado, indicar caminhos.

A aprendizagem sempre depende do ajuste e da ajuda de alguém, e essa é uma parte intrínseca desse processo. É por meio de atividades interativas que as crianças aprendem e são levadas a ganhar autonomia e protagonismo ao longo do tempo, sendo, portanto, imprescindível levar em conta esse ponto no planejamento educacional, o que também ajuda a balizar o papel da tecnologia a fim de adotá-la da melhor forma. 

Com a pandemia, foi possível observar que simplesmente encaminhar tarefas para as crianças e adolescentes cumprirem de casa não é o suficiente. Além de não garantir o aprendizado, todas as atividades que até então envolviam socialização se tornaram solitárias. Por isso, o fato é que levam vantagem os alunos que podem contar com o amparo dos familiares ou com a atuação de outros adultos fazendo esse meio de campo.

Nesses novos rumos, fica claro que o período de isolamento trouxe uma consciência sobre a necessidade de mudanças na educação brasileira. E, para que esse passo seja dado, é preciso coragem e ousadia dos educadores, diretores, coordenadores, donos de escolas e todos os envolvidos no processo educacional. 

Comunicação e formação de alunos não se fazem somente por meio de plataformas digitais. Existe uma série de recursos que são usados em sala de aula nos períodos presenciais além dos “bons e velhos” materiais impressos. E é isso que faz com que cada escola tenha o seu espaço de formação permanente, onde se faz a ponte com o que está no currículo, o alinhamento das expectativas, se avalia o andamento do ensino-aprendizagem e se discutem propostas e melhores práticas, num estudo coletivo formado por uma equipe pedagógica colaborativa.  

“Informação não é conhecimento, memória não é inteligência e tecnologia não é pedagogia, uma tem que estar a serviço da outra”.

Maria Inês Fini

Se você quer conhecer mais a fundo o que é ensino híbrido, as suas vantagens, modelos de atividades e ter acesso a um plano de aula pronto, leia os nossos artigos “Reflexões sobre o ensino híbrido na educação infantil” e “Ensino híbrido, sala de aula invertida e metodologias ativas e suas potencialidades”.

  • Sobre
  • Últimos Posts
Bruna Farias
Bruna Farias
Analista Pedagógico em YOU Bilíngue
Filósofa e Pedagoga, atua há mais de 10 anos na área de Educação Bilíngue.
Bruna Farias
Últimos posts por Bruna Farias (exibir todos)
  • Como a aprendizagem de um novo idioma contribui para o desenvolvimento infantil - 16 de novembro de 2022
  • Como contribuir para o desenvolvimento pleno da criança - 26 de outubro de 2022
  • Como avaliar a qualidade do ensino de inglês de sua escola? - 25 de agosto de 2022
Classifique este post!
[Total: 1 Média: 5]

Posts Relacionados

  • Reflexões sobre o ensino híbrido na educação infantil

    As circunstâncias atuais tornaram o ensino híbrido necessário em todas as fases da educação básica. Mas como trabalhar o ensino híbrido na educação infantil? Confira algumas reflexões sobre o assunto e como encarar essa nova…

  • Ensino Híbrido, sala de aula invertida e metodologias ativas e suas potencialidades

    Neste artigo você vai encontrar o conceito de ensino híbrido, sala de aula invertida, metodologias ativas e as possibilidades que eles trazem para educação bilíngue.

  • O que é aprendizado híbrido e como implementar em sua escola

    Um dos grandes benefícios do boom tecnológico que ocorreu em todos os setores na última metade do século é o desenvolvimento de soluções digitais de aprendizagem. O crescimento tecnológico que já era acelerado, aumentou ainda…

Continue lendo

Artigo anterior O que você precisa saber sobre gestão escolar e administração escolar
Artigo seguinte A importância do brincar em contextos bilíngues
Publicado em Ensino bilíngue e educação
Marcado em atividades ensino híbrido, ensino híbrido, o que é ensino híbrido, plano de aula ensino híbrido, plano de aula ensino híbrido pronto, vantagens ensino híbrido

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sobre a YOU

Nossos programas bilíngues são alinhados com a BNCC, com o Common European Framework for Languages, com os pilares da educação da UNESCO e oferecem possibilidades diversas de aplicação e implantação, para atender às diferentes necessidades de gestores e educadores de todo o Brasil.

Que tal aprimorar o ensino da sua escola e oferecer educação bilíngue para seus alunos?

Últimos posts

  • acolhimento escolarEducação Infantil: 5 Dicas Fundamentais de Acolhimento Escolar
    By Rachel Maldonado
    9 de agosto de 2024
  • Empoderando Educadores: O Simpósio de Educação Bilíngue como Fonte de Inspiração…
    By Rachel Maldonado
    24 de abril de 2024
  • Nursery rhymes: por que são tão importantes para o desenvolvimento infantil?
    By Rachel Maldonado
    10 de abril de 2024
  • Falar ou não falar 100% em inglês na educação infantil?
    By Rachel Maldonado
    20 de fevereiro de 2024
  • Como a aprendizagem de um novo idioma contribui para o desenvolvimento infantil
    By Bruna Farias
    16 de novembro de 2022

Categorias

  • Criatividade e inovação
  • Ensino bilíngue e educação
  • Eventos
  • Fique por dentro
  • Gestão e desenvolvimento
  • Sem categoria
Copyright © 2025 YOU Bilíngue. Todos os direitos reservados.
Tema Fashify por FRT