Sabemos que a comunicação é algo que traz alguns ruídos se não for bem cuidada em todos os âmbitos da vida: profissional, pessoal e acadêmica. Quando é planejada, assertiva e vai além da mera passagem de informação, ela integra e acolhe, sendo possível colher bons frutos deste investimento.
O primeiro passo a ser dado pelo gestor ao planejar a implementação de um programa bilíngue em sua escola é comunicar essa decisão a seus colaboradores. Explicar os motivos que o levaram a escolher o programa, os benefícios para os alunos e alunas e as mudanças previstas a partir dessa implementação. Isso é importante porque configura alterações significativas na escola, como:
Ambiente bilíngue: a escola agora passa a valorizar ainda mais o uso de mais de um idioma e será cada vez mais comum ver professores e estudantes se comunicando tanto em português quanto em inglês (se essa for a língua ofertada pelo programa da escola).
Espaço físico: passa a ser dividido com estudantes de turnos diferentes e a ser utilizado quase o dia todo. Que áreas serão ocupadas? Em que momentos? O que será de acesso comum? Como uma mesma sala poderá ter espaço para produções em duas línguas? Essas são algumas questões que precisam ser planejadas e comunicadas a todos que ocupam esse espaço.
Refeições: que passam a ser pensadas e ofertadas para alunos que ficam na escola em tempo integral.
Secretaria: possivelmente é ela quem lidará com a realização das matrículas e também informará sobre o programa. Manter os colaboradores deste setor bem informados sobre os benefícios, como funciona e outros dados é crucial para que o mesmo dê certo.
Relacionamento entre equipes: os professores e coordenadores podem ser diferentes, ou seja, um professor pode lecionar em português e outro ser responsável pelo programa bilíngue e os coordenadores podem atuar com diferentes equipes. Entretanto, é importante lembrar que o estudante é o mesmo e que a preocupação é sempre atendê-lo bem, desenvolvendo suas potencialidades e fazendo com que aprenda sempre e cada vez mais. Sendo assim, a comunicação constante entre as equipes precisa ser estimulada, planejada e valorizada. A troca de informações sobre como o aluno está, quais desafios apresenta e seus sucessos devem ser compartilhados para que ele seja atendido da melhor forma possível. Além disso, por meio de encontros, ambas as equipes passam a saber como seus companheiros trabalham. Isso expande práticas pedagógicas e fortalece a comunidade de professores, que, ao apoiar-se, mostra coesão e coerência da escola. As formações e reuniões devem considerar quem trabalha com português e quem trabalha com inglês, porque mantém todos os profissionais que atuam na escola na mesma página e trabalhando com os mesmos valores.
Famílias: a apresentação da mudança e como funcionará precisa ser comunicada logo no início e também ao longo do ano escolar. Isso porque o interesse dela pode mudar no meio do caminho. Além do mais, comunicar-se com alguma frequência sobre o programa bilíngue mostra o valor educacional que a escola tem em relação a isso. É uma maneira também de justificar porque oferece e investe nessa possibilidade.
Equipes de Marketing e Comunicação da escola: é importante que elas estejam cientes da implantação do programa, pois isso impacta as estratégias e ações de divulgação dos serviços da escola. Além disso, é importante que a escola integre o novo serviço oferecido às famílias em todos os canais de comunicação, como site, mídias sociais e comunicados internos entre elas e a escola. Isso mostra sinergia entre os todos os serviços oferecidos aos estudantes.
São muitos os setores que precisam de cuidado e de uma comunicação alinhada na escola para que haja conexão e harmonia entre todos os membros da comunidade escolar. Sabemos que é uma tarefa complexa que exige empenho e dedicação, mas ela garante um relacionamento saudável entre todos os envolvidos, traz segurança aos colaboradores, famílias e estudantes e, ainda, motiva, engaja, estreita laços e desenvolve uma cultura escolar de troca e escuta.
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