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Avaliação e o retorno às aulas em 2021

Publicado por Priscilla Lucenaem 17 de dezembro de 20204 de junho de 2024

Este ano nos pegou de surpresa em muitos setores. A educação foi uma das áreas mais afetadas pela COVID-19 e estamos naquele momento em que pensamos no ano seguinte. Coordenadores, diretores e educadores estão empenhados em planejar o próximo ano e por isso, a avaliação é um dos tópicos que está na pauta das escolas. Para ficar por dentro de mais conteúdo relacionado a planejamento, leia nosso artigo “Por que o planejamento escolar é importante?”.

Mas por que avaliar é tão importante? Por que pensar em avaliação agora fará diferença para planejarmos 2021 e tomar importantes decisões curriculares? Vamos discutir um pouco sobre os impactos de bons instrumentos de avaliação e a análise dos seus resultados.

Por que avaliar?

Avaliamos por diferentes propósitos. Entretanto, o maior de todos deve ser o de conhecer o que o aluno já aprendeu e o que ele ainda não aprendeu, para que possamos planejar os meios para que ele continue aprendendo, ou seja, promover a aprendizagem do aluno. A avaliação é uma grande aliada do aluno e do professor.

Ressaltamos que cabe à avaliação ajudar o aluno a se desenvolver e não expô-lo a situações embaraçosas, muito menos ridículas. Avaliar pensando em como ajudá-lo a avançar em sua aprendizagem diante desse ano complexo que tivemos mostra cuidado e respeito com os alunos e famílias. É avaliar para fazer escolhas curriculares que atendam às reais necessidades deles. Por causa disso, não basta apenas avaliar. É preciso pensar no que fazer com os resultados obtidos.

A avaliação também permite saber como o trabalho pedagógico está. Ela é um importante recurso para famílias, professores e os demais profissionais que trabalham na escola. Uma cultura avaliativa na escola pode basear-se no respeito mútuo, parceria e corresponsabilidade.

Quais instrumentos de avaliação utilizar?

As possibilidades para isso são infinitas. Podemos e DEVEMOS pensar em outros instrumentos de avaliação que não seja apenas a prova. Isso não significa dizer que provas objetivas precisam ser abolidas. Significa apenas dizer que ela não pode ser considerada como a única maneira possível para avaliar os alunos. Seguem algumas sugestões de instrumentos:

  • roda de conversa;
  • exercícios criados pelo professor e pelo aluno;
  • seminários;
  • debates;
  • trabalho em grupo;
  • montagem de painéis;
  • criação de produtos;
  • encenações;
  • pesquisa;
  • campanha;
  • dossiê;
  • simulados;
  • brincadeiras;
  • entrevistas;
  • resumos;
  • esquemas;
  • portfólios.

Os professores podem optar por mais de um instrumento. O que determina, na verdade, o sucesso dessa escolha é a intencionalidade e o que se faz com os resultados. É importante pensar no que queremos atingir com eles. O que queremos que nos mostrem? Quais critérios vou utilizar para avaliar? Como comunicarei os resultados aos alunos? O que faremos para que consigam avançar em relação aos seus resultados pessoais?

Os resultados da avaliação nos dão pistas do que precisa ser recuperado com a turma inteira ou o que diz respeito apenas àquele aluno.

A importância da autoavaliação

Você já ouviu falar em regulação e autorregulação? Para Perrenoud (1999), regulação (em sentido bastante amplo) é o conjunto de operações metacognitivas do sujeito e de suas interações com o meio que modificam seus processos de aprendizagem no sentido de um objetivo definido. Não há regulação sem objetivo, sem trajetória a ser almejada. Por isso é tão importante ter objetivos claros e definidos para saber em qual caminho o aluno deve chegar. Para nós sabermos e o mais importante, para eles saberem.

Toda ação educativa só pode estimular o autodesenvolvimento, a autoaprendizagem, a autorregulação de um sujeito, modificando seu meio, entrando em interação com ele.

Apostar na autorregulação é reforçar a capacidade do sujeito para gerir seus próprios projetos, progressos e estratégias diante dos obstáculos, problemas e tarefas. Uma das formas de investir nessa aposta é a autoavaliação.

Por meio dela, o aluno pode refletir sobre seu envolvimento no processo, tomar consciência de conteúdos e procedimentos que precisam de cuidado, compreender melhor em qual momento de sua aprendizagem está sem ter a sensação de que não sabe nada, pedir ajuda e oferecer ajuda porque estará se tornando ciente de suas potencialidades e dificuldades.

A importância do feedback

Já mencionamos ao longo do artigo a importância de pensar o que fazer com os resultados. Apenas comunicar o resultado, entregar exercícios corrigidos não garantem que o aluno vai aprender.

De um lado, temos o professor que precisa interpretar os dados. De outro, temos os alunos que precisam entender melhor onde estão. E o erro entra aqui. Avaliação quando pensada para promoção da aprendizagem considera o erro como parte do diagnóstico e a conversa com o aluno para compreender o que levou a determinada resposta nos dá indícios do que foi falta de atenção ou ainda, e mais importante, a linha de raciocínio que seguiu.

Avaliação deveria pressupor o envolvimento do aluno tanto na elaboração da avaliação, quanto nos registros dos resultados e nos processos de comunicação que os envolvem. Quando se envolvem, perdem o medo de errar, passam a enxergar o erro como parte do processo. A competitividade também tende a diminuir, porque estão preocupados de fato em aprender e não apenas com os resultados atingidos. Com a possibilidade de receber feedback não apenas dos professores, mas também de seus pares, os alunos participam de uma cultura de escuta, diálogo, respeito e empatia. Eles percebem a sala de aula como um espaço seguro de troca e entende que aprendemos coletivamente.

Retorno às aulas em 2021

É hora de pensar como fazer com que os alunos avancem. Há alguns caminhos possíveis, mas é importante levar em consideração muitos fatores antes de escolhê-los. Propomos algumas reflexões antes de darmos as sugestões desses caminhos. Porque dependendo das respostas, do contexto e situação do aluno, há percursos que podem ser penosos e não atingir o objetivo que é fazer com que aprenda.

  1. Como foi o ano de 2020 para esse aluno? Houve perdas na família?
  2. Qual foi o impacto do isolamento para o aluno?
  3. Como foi o envolvimento nos encontros síncronos?
  4. Como foi o envolvimento nos encontros assíncronos e qual foi o feedback da família e do aluno em relação a isso?
  5. Houve ou há problemas de saúde?

Importante pensar sobre essas questões porque se o aluno está estressado e teve experiências bem impactantes relacionadas ao isolamento, dar mais atividades e sobrecarregá-lo com conteúdos extras ou mais tempo na escola pode ter um resultado negativo.

Dito isso, há algumas possibilidades para o trabalho em paralelo com o aluno:

  • Exercícios extras
  • Pesquisa
  • Atendimento individual antes ou depois da aula
  • Um dia na semana para trabalhar as dificuldades
  • Atividades online
  • Ensino híbrido – Modelo de rotação por estações. Há estações que atendem a diferentes propósitos de aprendizagem. Os alunos são divididos em grupos e passam por essas estações. Uma pode ser para pesquisa, outra discussão, outra para execução de alguma tarefa, uma para o trabalho individual com o professor e outra para que ele reveja aquilo que ficou evidente que precisa de cuidado. Todos os alunos devem passar por todas as estações na mesma aula. Portanto, o professor deve ficar atento ao tempo em cada estação, ajudando os alunos a gerenciá-lo à medida que trabalham. Para saber mais sobre ensino híbrido, leia aqui nosso artigo sobre esse assunto.

Sabemos que os caminhos para um retorno em 2021 são incertos. Porque não temos ainda previsão de como as coisas acontecerão. O que nos resta é pensar em caminhos que façam sentido para o aluno permanecer aprendendo.

Investir nas relações pessoais, na escuta, num currículo e conteúdos que façam sentido para eles e em sua agentividade são sempre alternativas seguras e eficientes. Seja qual for o instrumento de avaliação utilizado, certamente essas ações farão a diferença.

Para saber mais

Separamos algumas referências bibliográficas para educadores que queiram saber mais sobre avaliação.

Avaliação desmistificada do autor Charles Hadji .Trad. Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001

Assessing young learners dos autores Sophie Ioannou-Georgiou e Pavlos Pavlou. Oxford: Oxford University Press, 2003.

Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas do autor Philippe Perrenoud. Tradução de Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artmed, 1999.

Avaliar para aprender: fundamentos, práticas e políticas do autor Domingos Fernandes São Paulo: UNESP, 2009.

Avaliação escolar: mitos e realidades do autor Michel Barlow. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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Formada em Letras e Pedagogia. Pós-graduada em Metodologia do Ensino de Língua Inglesa e Metodologia e Práticas Bi/Multilíngues.
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