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Ensino Híbrido, sala de aula invertida e metodologias ativas e suas potencialidades

Publicado por Priscilla Lucenaem 23 de setembro de 20204 de junho de 2024

Com o fechamento das escolas e a necessidade de fazer com que as crianças e adolescentes continuassem aprendendo, fomos obrigados a optar pelo ensino remoto emergencial, não é mesmo? A tarefa foi bem complexa e exigiu rapidez e flexibilidade de gestores, professores, coordenadores, alunos e famílias. E trouxe à tona termos como ensino híbrido, sala de aula invertida e metodologias ativas. Esses termos têm sido muito discutidos e é importante falarmos sobre eles.

O que é ensino híbrido

Se procurarmos no dicionário, híbrido, vemos que o termo, entre outras definições, refere-se ao que é composto por elementos diferentes, mesclado. Em sua essência, é disso que o ensino hibrido é composto:

“O ensino híbrido é um programa de educação formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino on-line, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar, modo e/ou ritmo de estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física supervisionada, fora de sua residência (CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 2013)”

Alguns elementos de controle dos estudantes que aparecem precisam ser destacados: tempo, lugar e modo e/ou ritmo de estudos! Interessante, não é? Os estudantes passam a gerir tudo isso no ensino híbrido. Por isso que ele é muito defendido como uma abordagem condizente com as habilidades e competências necessárias do século XXI. E essa autonomia, gerada por esse controle, também é prevista na BNCC.

Os nativos digitais, aqueles que já nasceram numa época em que as tecnologias digitais estavam em ascensão ou estabelecidas, já estão acostumados a isso. Eles não esperam até o dia seguinte para conseguir informações, realizar buscas e se comunicar. Está tudo ao alcance de um celular. E o ensino híbrido consegue atender a esse perfil de uma geração que entende que a qualquer hora e local, o conhecimento se constrói. Há uma personalização do ensino porque não existe só um modo de aprender.

Plano de aula Ensino Híbrido – É possível?

Quando falamos nessa modalidade de ensino, falamos basicamente de quatro tipo propostas. Veja os tipos de proposta abaixo:

Preparamos alguns vídeos para que vocês possam conhecer um pouco sobre cada uma delas. Clique para assistir:

Independente de qual seja o modelo de proposta adotado pelas escolas, o que é imprescindível ter em mente é que não adianta apenas usar a tecnologia. Ela sozinha não dá conta de todo o processo de aprendizagem. É preciso repensar o papel do aluno e do professor para que não seja feito mais do mesmo:

(…) O papel do educador é mobilizar o desejo de aprender, para que o aluno se sinta sempre com vontade de conhecer mais. (MORAN, 2012, P.13)

Leia nosso artigo sobre educação contemporânea. Lá falamos sobre o papel do educador diante das transformações que vivemos na sociedade atualmente.
Esse tipo de ensino pressupõe que a tecnologia é utilizada como ferramenta e aliada na aprendizagem dos estudantes e não na transmissão de informações. Não basta pensar em tecnologia sem antes pensar em sua finalidade.

Vantagens e Desvantagens do Ensino Híbrido

Antes de falarmos sobre as potencialidades e desafios do ensino híbrido, vamos nos debruçar sobre questões relacionadas às palavras “vantagens e desvantagens”.

Ambos os termos nos colocam numa posição de disputa, de corrida contra nosso desempenho e o do outro. Nos joga para a busca incessante de estarmos em primeiro lugar em algo. O dicionário nos diz que vantagem é “posição ou condição de superioridade ou adiantamento de algo ou alguém com relação a outro(s) ou a si mesmo em momento anterior.” Você já tinha pensado sobre isso?

Quando pensamos em potencialidades ou benefícios, enxergamos a situação e as coisas com o que elas têm para serem realizáveis, para acontecer, tirando essa ideia de competitividade. Portanto, nesse artigo, iremos optar por falar das potencialidades e desafios do ensino híbrido.

É importante dizer isso porque o ensino híbrido procura personalizar e diferenciar as metodologias de ensino, procurando democratizá-las. Ainda que haja o uso da tecnologia — e, infelizmente, nem todos têm as mesmas oportunidades e acesso —, a ideia é de que quem os tenha, consiga se beneficiar por conta de ter um acompanhamento diferenciado da aprendizagem.

Há outras potencialidades que devem ser mencionadas:

  • O ritmo de aprendizagem do aluno é respeitado: ele consegue gerenciar o tempo que dedica às propostas já que em alguns modelos ele realiza online antes de encontrar com o professor.
  • Autoavaliação: os alunos precisam refletir muito mais sobre sua participação, responsabilidade e autonomia no ensino híbrido.
  • Tempo com o professor: o aluno precisa de um tempo com o professor para analisar o seu percurso, ter devolutiva, traçar novos caminhos.
  • Motivação: a frustração por não acompanhar o ritmo ou por não aprender é minimizada no ensino híbrido, já que o aluno pode voltar mais de uma vez no conteúdo, pode pensar em novas estratégias no meio de projetos e ganha autonomia para realizar tarefas, para propor atividades e gerenciar seu tempo.
  • Foco na pesquisa e desenvolvimento de projetos: uma maneira de garantir a conexão dos conteúdos com a curiosidade, necessidades dos alunos e com o mundo fora dos muros da escola.
  • Desenvolvimento da responsabilidade e autonomia do aluno: o aluno precisa pesquisar, analisar, interpretar, experimentar a partir das provocações e levar seus resultados para os momentos em que está com os amigos e os professores. Isso exige que ele se prepare antes da aula para que possa participar. Ele precisa se responsabilizar pelo percurso do que acontece fora da escola e na escola. No modelo de rotação de estações, ele precisa também realizar tudo isso antes que a turma toda se reúna e converse. O professor não fica à frente da turma o tempo todo falando, transmitindo informações e conhecimentos. Ele está ali para provocar, ajudar, fazer pontes. E isso exige muita responsabilidade do aluno.
  • Avaliação formativa: nesse tipo de avaliação, evidencia-se o que o aluno sabe. Não há apenas a avaliação somativa, aquela em que o professor usa apenas a nota da prova para avaliar se o aluno sabe ou não. No ensino híbrido, o aluno tem espaço para mostrar o que sabe e em algumas vezes pode escolher como vai evidenciar sua aprendizagem.
  • Maior equilíbrio entre os atores que participam do processo de ensino-aprendizagem: não aprendemos apenas sozinho. Precisamos dos professores e dos pares, no caso, dos amigos, para podermos avançar. Há momentos em que uma boa conversa e discussão nos fazem aprender mais rápido e de forma mais eficaz do que se estivéssemos sozinhos. Em abordagens mais tradicionais, o tempo de fala em sala de aula acaba ficando basicamente sob o domínio do professor. No ensino híbrido, esse tempo é mais distribuído entre todos os participantes do processo: professor-aluno-colegas de sala.

Já em relação aos desafios, temos:

  • Falta de preparo do corpo docente: nem todos os professores estão familiarizados com essa abordagem. Por isso, precisam de formação para poder atuar. Além de termos que quebrar paradigmas, porque ainda é muito forte a ideia de que o professor é o único detentor de saberes.
  • Recursos tecnológicos: ainda que não sejam necessários grandes aparatos ou aplicativos de última geração, há de se fazer uma escolha que seja intuitiva em termos de uso. É preciso também tempo para conhecer as ferramentas. Isso exige um preparo dos professores na hora de planejar e avaliar qual a ferramenta que melhor atende à necessidade dos alunos. A falta de recursos tecnológicos também é um problema. Sabemos que nem todas as escolas, sobretudo escolas públicas, conseguem sustentar o uso de ferramentas digitais fora da escola porque os alunos não têm recursos financeiros para acessá-los.
  • Preconceito e falta de informação das famílias: algumas famílias podem resistir ao ensino híbrido por falta de informação, por nunca terem vivenciado e por terem uma ideia de escola que já não condiz com a realidade que vivemos. Cabe à escola ajudar a mudar essa visão mostrando as evidências de aprendizagem dos alunos e mostrando que é possível aprender por meio do ensino híbrido.

Ensino Híbrido e metodologias ativas

Será que metodologias ativas e ensino híbrido são a mesma coisa? Metodologias ativas são metodologias que promovem o maior envolvimento do aluno em suas propostas curriculares (MORAN, 2015). A aprendizagem se dá por meio de problemas e situações reais. Ensino híbrido é um tipo de metodologia ativa, mas não a única. Há ainda gamificação, aprendizagem por meio de projetos ou de problemas, aprendizagem por times, entre outras.

Leia mais sobre metodologias ativas aqui.

Ensino Híbrido e sala de aula invertida

A sala de aula invertida é um tipo de proposta dentro do modelo de ensino híbrido conhecido como rotação. A teoria é estudada online e em casa e o espaço da escola é utilizado para discussões, atividades, resoluções de problema, etc. A sala de aula passa a ser o lugar de se aprender ativamente.

Ensino híbrido na pandemia

Com o retorno parcial dos alunos, muitas escolas podem se render ao ensino híbrido para poder atender a todos e todas da escola. Por ter propostas que permitem deixar o currículo mais flexível e caminhos mais personalizados para atender às necessidades dos alunos, esse parece ser o único meio possível de garantirmos a aprendizagem das crianças e dos jovens. Para saber o que a LDB diz sobre o ensino a distância, que é parte de alguns modelos de ensino híbrido como mostramos, leia o artigo A LDB e Educação a Distância.

As escolas estão planejando um retorno levando em consideração as especificidades das famílias. Agora, mais do que nunca, cada um terá um ritmo diferente, um momento peculiar e muitos desafios pela frente.

Como vimos ao longo do artigo, o ensino híbrido está aí para nos mostrar que é possível garantir que todos consigam aprender diante desse cenário incerto e atípico em que nos encontramos.

Acesse o jogo que preparamos para você com os principais conceitos presentes neste artigo.
Bom jogo! 🙂

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Priscilla Lucena
Formada em Letras e Pedagogia. Pós-graduada em Metodologia do Ensino de Língua Inglesa e Metodologia e Práticas Bi/Multilíngues.
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Marcado em ensino híbrido na pandemia, ensino híbrido sala de aula invertida, metodologias ativas, o que é ensino híbrido, plano de aula ensino híbrido, vantagens e desvantagens do ensino híbrido

10 comentários em “Ensino Híbrido, sala de aula invertida e metodologias ativas e suas potencialidades”

  1. Pingback: Saiba como aumentar o faturamento da sua escola

  2. Esmeralda Pinto batista diz:
    24 de outubro de 2020 às 11:49

    Estou querendo construir um projeto osuseja plano de aula com metodologias ativas, com o ensino híbrido,

    Responder
    1. YOU - Bilingual Education diz:
      26 de outubro de 2020 às 14:30

      Esmeralda, esperamos que o nosso vídeo com modelos de propostas de ensino híbrido lhe ajude em seu novo projeto! 😃
      👉🏼 https://bit.ly/3e0ydLi

      Responder
  3. Mirian Dias Garcia diz:
    26 de outubro de 2020 às 13:36

    Obrigada o artigo me ajudou muito a entender melhor essa forma de ensino

    Responder
    1. YOU - Bilingual Education diz:
      26 de outubro de 2020 às 14:31

      Que bacana, Mirian! 🤩
      Ficamos muito felizes em colaborar! 💜

      Responder
  4. Pingback: Por que o planejamento escolar é importante? | YOU Bilingual Education

  5. Pingback: Avaliação e o retorno às aulas 2021

  6. Pingback: Como será o próximo ano letivo das escolas? | YOU Bilingual Education

  7. Mariza Lima diz:
    25 de junho de 2021 às 11:42

    Excelentes artigos!
    Parabéns!
    Gostaria de estar sempre em contato com vocês. Trabalho com a educação infantil e seus artigos são de grande valia!

    Responder
    1. YOU - Bilingual Education diz:
      28 de junho de 2021 às 17:49

      Mariza, ficamos muito felizes em saber que nossos artigos estão lhe auxiliando de alguma forma! 🥰
      Adoraríamos ter você pertinho de nós, aqui estão nossas redes sociais para que possamos manter contato 🧡
      Instagram: https://bit.ly/2UpM2ty
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      Responder

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